Na vida é mais ou menos a mesma coisa, os detalhes são deixados de lado, tanto para o bem quanto para o mal. Raras vezes percebemos a felicidade que é um banho gostoso depois de suar, uma cama macia quando o corpo está cansado ou a famí¬lia reunida só para comer pizza.
Se sentimos prazer nas pequenas coisas não curtimos o tempo suficiente nem a sua extensão. Sabemos que ficamos felizes, mas não percebemos o porque nem os detalhes desta emoção.
Talvez porque nós gostamos de sentir emoções grandiosas, com coisas que impactam os olhos e a imaginação. Um passeio não pode ser só gostoso, tem que ser ótimo; um carro para nos dar prazer tem que ser de luxo e uma pessoa, para ser especial, tem que ser perfeita.
No amor é a mesma coisa, os detalhes só aparecem quando o amor azeda. Aí tudo merece atenção e censura. As pequenas coisas ruins ficam tão salientes que saltam aos olhos.
Só que a felicidade não é feita de coisas grandes, mas das miudezas dos momentos e sensações que no conjunto nos fazem sentir o que acreditamos ser a felicidade, e é tão poderosa que pode marcar toda uma vida. É um sentimento que nasce a partir de coisas que acontecem no dia-a-dia e nada tem a ver com ter dinheiro ou bem material.
A felicidade é tão simples que somos capazes de passar por ela e nem perceber. Tanto que não é difícil ouvir alguém comentar eu era feliz e nem sabia. Mas para encontrar a verdadeira felicidade é preciso ver o mundo de forma positiva.
Algumas experiências revelam que as pessoas que se sentem felizes demonstram abertura para perceber a vida em todos os seus aspectos, disposição para ajudar os outros, grande compaixão e alto grau de altruísmo.
Para ser feliz, a condição é mudar a expectativa que se tem das coisas. Pessoas que querem muito ou esperam muito dos outros e das coisas têm poucas chances de sentirem com frequência a sensação de felicidade. Pensar positivo ajuda e acaba se refletindo em absolutamente tudo na vida.
Para ser feliz não é preciso aceitar o medíocre. Mas é necessário perceber que são as pequenas coisas que proporcionam a felicidade, entre elas, a liberdade, a amizade, o amor e a capacidade de fazer alguém muito feliz.
Um pensamento lindo de Carlos Drummond de Andrade serve para embalar a busca pela verdadeira felicidade: "A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.
Texto de Lícia Egger
Site: http://delas.ig.com.br
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