A familiarização com nossas energias internas é pré-requisito para que esse trabalho se realize em cada indivíduo. Por isso, transcrevemos estes exercícios com as vogais como recurso preparatório de autoconhecimento.
A Voz como um Cartão Postal da Energia Pessoal
Prática
A seguir, citamos exercícios do trabalho em grupo do Instituto de Terapia e Ensino da Respiração de Berlim, dirigido pela professora Ilse Middendorf, que trilha o caminho da vivência consciente da respiração, baseando-se em formar e cantar internamente as vogais.
- Exercício com a Vogal E: cantar para si, em silêncio, ou contemplar, sentir onde ocorre o movimento respiratório. A vogal E movimenta os flancos lateralmente, formando um determinado espaço. Mais tarde pode-se expirar emitindo som. Mas, durante a inspiração e a expiração o movimento respiratório é forte e claro também em silêncio. A vogal E significa o movimento no espaço externo.
- Exercício com a Vogal O : proceder como em E. - 'O' tem um movimento respiratório que vai para frente e para trás na mesma altura que E - o espaço de O também vai aproximadamente do esterno até as proximidades do umbigo. Um espaço correspondente nas costas. O forma um espaço respiratório diferente de E. O significa o movimento no espaço interno.
- Exercício com a vogal U e I : o mesmo que em E. U encontra-se no espaço inferior (espaço da pelve). Em ligação com I (cintura escapular e espaço da cabeça) endireita a coluna e todo o tronco.
Veja o importante esclarecimento da professora Middendorf:
``Cantar, pensar, falar ou contemplar uma vogal dentro de si e vivenciar seu espaço respiratório significa portanto realmente deixar que a respiração venha. Quando a vogal soa durante a expiração, a ressonânciapropaga-se até o espaço da vogal criado durante a inspiração e seus contornos.Como nosso movimento respiratório reage integralmente a todo tipo de exteriorização, não é de admirar que com determinado pressuposto se forme um espaço de movimento respiratório correspondente. O resultado, portanto, são formas análogas de espaço vibratório vogal. Em síntese o exercício é este : em estado de concentração recolhida, vibrar uma vogal em silêncio e sentir o movimento respiratório.``
Quando nos lembramos da estreita ligação existente entre os sons harmônicos e as vogais, encontramos aqui uma relação clara entre respiração, som, proporção musical e o interior do corpo. De fato, os cantores e iogues indianos que praticam a mandra-sadhana ou a nada-ioga começam cantando as vogais mais simples, que são seguidas de um longo mmh zunido. São estas as sílabas germinais mântricas: Hoooommm, Haaaammm, Heeeeg, Huuuummm, Hchriiiimmm. Segundo Hamel:
"A colocação da voz, uma condição prévia para as aulas de canto e de teatro, mas também para as de empostação para 'oradores', emprega desde sempre as consoantes e vogais primitivas a fim de obter a sonoridade correta. A postura do corpo e a chamada respiração total eram também pontos de partida para a cura de pertubações da fala."
Falou-se tanto de relaxamento até aqui que uma tensão correta agora é necessária:
Um momento importante para que a voz soe forte e clara é a tensão correta.[sic] Entretanto, deve-se diferenciar pressão de tensão. A pressão pesa e tolhe, levando à rigidez;[?] a tensão, ao contrário, equilibra, cede elasticamente e é uma energia ativa, que jamais leva à pressão, à crispação. Quando não tencionamos corretamente, ao erguer a voz, comprimimos a glote e soltamos a corrente de ar sob pressão, de forma que o timbre é destruído e a glote começa a doer. Quando não pressionamos, perdemos muito ar e não podemos manter o som, quando há algum.
A construção do som relaciona-se, intimamente, com a tensão e a concentração de todas as energias internas e externas.
Em relação às nossas vogais A E I O U , quando imaginada e pronunciada internamente durante a inspiração, cada uma delas abre um determinado espaço do corpo humano. Essa abertura através das vogais é bastante concreta e deve ser compreendida da seguinte maneira: a respiração penetra mais profundamente ou mais para o alto nos espaços correspondentes. O 'U' preenche nosso espaço corporal inferior, o ' I ' nosso espaço corporal mais elevado. Mas a respiração carrega consigo também a sutil susbstância prana, a respiração espiritual, que os iniciados gregos chamavam de pneuma,o hálito de Deus. O conjunto de um espaço preenchido de pneuma poderia, desse modo, ser compreendido como realização divina.
Exercite-se! Esteja apto a assimilar a utilização das vogais nos processos de cura mântrica.
DO AUTOR: SEBASTIÃO ALVES DE OLIVEIRA - Retirado do Site Corpo Saudável - http://www.corposaudavel.com.br/qualidade-de-vida/musica-e-respiracao
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